A oncologista Maria Cristina Figueroa Magalhães (CRM-PR 22.643 e RQE 19.751) explica que os tumores benignos são formações de células que apresentam crescimento, mas não invadem outros tecidos e nem se espalham para outras partes do corpo (metástase). Geralmente são encapsulados e possuem evolução lenta. Apesar de eles poderem causar sintomas, dependendo do local em que estão, não oferecem o mesmo risco à vida que um tumor maligno.
Já os tumores malignos (câncer) são células que se dividem de maneira desordenada, crescem rapidamente e têm o potencial de invadir tecidos vizinhos e se espalhar para outras partes do corpo (metástase). “Esse comportamento invasivo é o que os torna mais perigosos”, aponta.
Maria Cristina lembra que a palavra câncer é o termo usado exclusivamente para tumores malignos, ou seja, aqueles que possuem capacidade de invadir tecidos e se disseminar pelo corpo (metástase). No entanto, a médica destaca que os tumores benignos, apesar de serem formações anormais de células, não têm esse comportamento invasivo e não são considerados câncer.
Tumores pré-malignos
Conforme a especialista, a existência de tumores pré-malignos, ou lesões pré-cancerosas, são alterações celulares que ainda não são cânceres, entretanto possuem um risco elevado de se tornarem malignas ao longo do tempo. Essas lesões têm características que indicam um processo de transformação celular, mas ainda não invadem os tecidos circundantes.
Um exemplo clássico é a displasia cervical (lesão pré-cancerosa do colo do útero) detectada pelo exame de Papanicolau, que pode evoluir para câncer de colo do útero se não for tratada, além de outros tipos, como o carcinoma ductal ou lobular in situ da mama; pólipos intestinais. “A detecção precoce e o tratamento adequado de lesões pré-malignas podem prevenir o desenvolvimento de câncer, tornando a prevenção e o rastreamento fundamentais na oncologia”, pontua.
Principais tumores benignos
Lipoma: origina-se do tecido adiposo. Costuma ser indolor e localizado logo abaixo da pele.
Fibroadenoma: um dos tumores benignos mais comuns na mama, principalmente em mulheres jovens. É uma massa móvel e indolor.
Mioma Uterino: tumor benigno do músculo uterino que pode causar dor pélvica e sangramentos, mas não é maligno.
Principais tumores malignos
Carcinoma de mama: o tipo de câncer de mama mais comum, origina-se nas células dos ductos ou lóbulos da mama.
Carcinoma de pulmão: comum em fumantes, é altamente agressivo e frequentemente diagnosticado em estágios avançados.
Melanoma: tipo de câncer de pele derivado dos melanócitos, com alta capacidade de metástase.
Sarcoma: tumores malignos de origem mesenquimal, que podem afetar ossos, músculos ou outros tecidos conjuntivos.
Tratamentos
Segundo a oncologista, o tratamento de um tumor depende de diversos fatores, como o tipo (benigno ou maligno), a localização, o tamanho e o estado geral de saúde do paciente. Os principais procedimentos e tratamentos incluem:
Cirurgia: a remoção do tumor é um dos tratamentos mais comuns, especialmente em tumores benignos que causam sintomas ou em tumores malignos quando há intenção curativa.
Biópsia: o procedimento é utilizado para diagnosticar o tipo de tumor, coletando uma amostra do tecido suspeito para análise.
Quimioterapia: uso de medicamentos para matar células cancerígenas, geralmente indicado para tumores malignos que não podem ser completamente removidos cirurgicamente ou que já se espalharam.
Radioterapia: utiliza radiação para destruir células cancerígenas, sendo usada como tratamento principal ou adjuvante à cirurgia.
Terapias-alvo: tratamentos mais modernos que atacam alvos específicos nas células cancerígenas, como proteínas ou genes envolvidos no crescimento do tumor.
Hormonioterapia: usada em cânceres como o de mama e próstata, dependendo de receptores hormonais presentes no tumor.
Imunoterapia: é um tipo de tratamento contra o câncer que estimula o sistema imunológico do paciente a reconhecer e atacar as células cancerígenas de maneira mais eficaz. Ao contrário de tratamentos como quimioterapia ou radioterapia, que atacam diretamente o tumor, a imunoterapia “treina” o sistema imunológico para combater o câncer. “Ela pode ser feita por meio de anticorpos monoclonais, inibidores de checkpoint imunológico, vacinas contra o câncer ou citocinas. É usada em vários tipos, como melanoma, cânceres de pulmão e renal”, ressalta.