Produzimos lixo todos os dias e descartamos sem nos questionar o que lhe acontecerá. Inacreditavelmente, em sua maioria, não acontece nada, exceto pelo falo desse lixo levar anos para se desintegrar e voltar para a natureza. O Brasil, segundo o Fundo Mundial da Natureza (WWF), figura-se entre os cinco maiores produtores de resíduos sólidos do planeta. Tal fato nos faz pensar na urgência em reconsiderar nosso modelo de descarte e adotar práticas que minimizem os impactos no meio ambiente.
O conceito-chave para questão é a “economia circular”, que se baseia na ideia de que os recursos naturais são finitos e devem ser usados de forma mais eficiente e sustentável. Esse modelo de desenvolvimento prioriza a reutilização, a reciclagem e a redução do desperdício, os famosos 3R estudados na escola, promovendo uma abordagem mais responsável em relação aos recursos naturais.
Não apenas mais ecológico, a proposta da economia circular influência na preservação do meio ambiente e as empresas que a empregam em seus negócios tem uma participação mais ativa na preservação do meio ambiente. Para tanto, segundo a Escola Nacional de Administração Pública (Enap), a economia circular tem o potencial de reduzir em até 40% as emissões de baixo carbono até o ano de 2050.
Entre essas práticas, destaca-se o uso de insumos circulares, que envolvem a reintrodução de materiais reciclados na cadeia produtiva, e a recuperação de recursos, que visa extrair valor de produtos no final de sua vida útil. Essas iniciativas demonstram um compromisso crescente com a sustentabilidade por parte das empresas. No país, 76% das indústrias já estão desenvolvendo algum tipo de iniciativa relacionada à economia circular, aponta Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Diretamente relacionada à responsabilidade na cadeia de produção, enfatiza-se a necessidade de repensar como os produtos são concebidos, produzidos, usados e descartados. Empresas comprometidas com a economia circular adotam práticas que visam minimizar o desperdício, promover o design sustentável, selecionar materiais responsáveis e implementar processos de produção eficientes. Além disso, elas investem em sistemas de reutilização, remanufatura, reciclagem e logística reversa para prolongar a vida útil dos produtos e reduzir o impacto ambiental ao longo de todo o ciclo de vida do produto. Essa abordagem integral e responsável na cadeia de produção é essencial para alcançar os objetivos de sustentabilidade e redução dos desperdícios associados à economia circular.
Artigo assinado por Flavio Liberal, CEO de WorldEd School, rede global de ensino americana.
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