O Rede Azul – aplicativo colaborativo que conecta a comunidade autista a indicações de locais, serviços e oportunidades amigáveis – é o tema do documentário “A Rede Azul”, já disponível no canal do app no YouTube. A produção parte da história de Elaine Marques, que criou o app inspirada nas dificuldades que enfrentou com a sua filha, que está no TEA (Transtorno do Espectro Autista). Além disso, especialistas de diversas áreas também compartilharam suas visões sobre inclusão e como é fazer parte desse universo.
O média-metragem traz um panorama dos obstáculos enfrentados quando se vive com TEA no Brasil. “Queremos conscientizar mais pessoas sobre o que é todo o universo do TEA e como elas podem ser mais empáticas. É preciso tirar o Transtorno do Espectro Autista da invisibilidade. Porque, a qualquer hora do seu dia, você pode atender ou ser atendido por pessoas pertencentes a essa comunidade. É preciso entender para agir com empatia. Nosso propósito é despertar essa consciência através da nossa história, da nossa realidade, que é também a de tantos outros”, conta Elaine Marques, idealizadora do app Rede Azul.
A ideia de produzir o documentário se concretizou após uma sinergia entre Elaine Marques e Alan Coelho, proprietário da Acid Filmes [https://www.acidfilmes.com.br/], empresa responsável pela produção do A Rede Azul, de transmitir um impacto positivo. Para isso, trouxeram à tona toda a jornada de Alícia Nicol Marques Escudero, filha da Elaine, com Síndrome de Asperger – nível leve do TEA.
Com o diagnóstico tardio, apenas aos 12 anos de idade, Alícia e sua família se viram em meio a várias dificuldades para encontrar serviços e oportunidades. Elaine explica: “É preciso compreender que as pessoas do espectro autista também querem estudar, trabalhar, viajar, ter momentos de lazer, assim como qualquer um. Será que estamos todos preparados para acolher e incluir essa parcela da população? Daí a importância de manter o TEA em pauta sempre, facilitar o acesso à informação e vir com essas iniciativas.”
Elaine pensou que outros pais podiam passar pelas mesmas situações e, tentando encontrar soluções para isso, veio a motivação para criar o app Rede Azul, unindo forças em favor da inclusão. Para complementar a narrativa do documentário, profissionais de áreas distintas compartilharam seus conhecimentos e percepções sobre educação, tratamentos, direitos e o que significa ser alguém com TEA.
LANÇAMENTO A produção teve sua primeira exibição em 19 de janeiro, em um evento no Google Meet. Além de assistir, o público teve acesso às percepções complementares de especialistas que, inclusive, participaram do documentário.
Com mediação do consultor independente em temas relacionados à responsabilidade corporativa Antônio Albuquerque, estavam presentes no debate Damião Silva, psicólogo clínico e escolar e especialista em Transtorno do Espectro Autista, Altas habilidades e Superdotação; Denner Pereira, advogado e servidor público da Procuradoria do Estado do Paraná; a neuropediatra Deborah Kerches; a empresária Amanda Ribeiro, que resolveu estudar sobre o tema para ajudar o filho e fundou a Incluir Treinamentos; a fonoaudióloga Nattaly Castro, especialista em Processamento Auditivo Central (PAC) e Homologada no Sistema de Estimulação Neuro Auditiva (SENA).
A discussão permeou entre os temas: dificuldade de diagnóstico do TEA em meninas, tratamentos em diversas fases da vida, as questões sensoriais que pessoas da comunidade autista têm, como diagnosticar e como ser inclusivo com elas também no período escolar. Ainda falou-se sobre saúde mental e física dos cuidadores e dos familiares, os direitos adquiridos específicos para essa parcela da população e a importância de criar redes de apoio e colaboração.
Como assistir? O documentário A Rede Azul pode ser acessado no canal do app no YouTube, disponível aqui
Rede Azul Lançado em dezembro de 2019, na Google Play Store, o app foi liberado gradualmente, começando por municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC), interior de São Paulo. Atualmente, está disponível para todo país – já conta com indicações em 20 estados – e em torno de 1,5 mil usuários ativos. Em breve também será lançada a versão para IOS (Iphone).
Por ser colaborativo, o foco são as experiências. Os usuários podem deixar suas indicações de locais ou serviços amigáveis para pessoas do TEA – que dentro do app recebem o nome de Pontos Azuis – para que outros possam consultar, vivenciar e avaliar. Com todas essas informações, o aplicativo calcula uma média das notas para cada indicação. Os Pontos Azuis se dividem em 18 categorias, entre elas, escolas, terapias, estética, igreja, esportes, turismo e Famílias do TEA, seção que pretende criar uma rede de apoio entre familiares que, muitas vezes, precisam trabalhar em casa, a fim de cuidar de pessoas com TEA.
Acid Filmes Idealizada por Alan Coelho, profissional com mais de 10 anos de experiência no meio audiovisual no eixo Rio-São Paulo. A produtora atua em vários segmentos e coleciona trabalhos com empresas de renome, como Toyota, Levi’s e Ray Ban.