Documentar apresenta filme Pandelivery: Quantas vidas vale o frete grátis?

3 min. leitura

O canal Documentar apresenta nesta terça (24/11), às 21h, o documentário “Pandelivery: Quantas vidas vale o frete grátis?”. O documentário aborda a importância dos entregadores na sociedade, principalmente durante a pandemia do novo coronavirus, mas também seus desafios em ter que lidar com os diversos obstáculos postos por realidades distintas desde a educação de filhos, subsistência de familiares e o medo de não poder trabalhar por conta de acidentes ou até bloqueios nos aplicativos, impactando a única fonte de renda que muitos possuem.    

Com duração de 15 minutos, o filme é dirigido por Guimel Salgado e Antônio Matos e foi produzido durante o período da pandemia. O filme traça um panorama de uma situação que evidencia os conflitos sociais dos entregadores de aplicativos. Mesmo submissos a um sistema de exploração e encurralados pela atual crise econômica os aplicativos intensificaram o sistema onde negam qualquer vínculo trabalhista com sua principal força de trabalho. Entregadores são expostos a riscos, como a fome e exaustão e agora o contágio pelo Covid-19 e a morte. Durante todo o filme, um contador evidencia as vidas perdidas entre esta classe trabalhadora.   

O filme acompanha o dia-a-dia de entregadores no auge da pandemia e também fala sobre profissionais que foram contaminados e acreditam que as empresas não informaram aos clientes que tiveram contato com eles. Em um dos casos, com receio de ser bloqueado e não ter apoio dos aplicativos, um entregador não avisou a empresa que teve a doença e continuou a trabalhar normalmente, pois perderia sua única fonte de renda.

O documentário ainda traz a história de Paulo Lima e Daniel, entre outros entregadores. Paulo, conhecido como Galo, relata sua militância como líder dos entregadores antifascistas e sua preocupação com a educação da filha.  Ele foi convidado para ser pré-candidato a vereador nessas eleições, mas recusou por acha que “não sei se é hora para subir num palanque, é hora de subir num caixote”, relatou ele. Tudo começou para ele quando foi bloqueado por um aplicativo após sua moto quebrar. Com isso iniciou seu trabalho em denunciar os abusos das empresas. Daniel, por sua vez, utiliza sua bicicleta para fazer as entregas. Duas semanas após a entrevista ao documentário ele sofreu um acidente. Ainda em recuperação, ele corre o risco de perder o movimento do braço.      

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