Do tatame à liderança: os desafios e os benefícios de se tornar um líder

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Ex-atleta olímpica, revela como foi trocar o papel de competidora pelo de mentora e como essa experiência pode ser aplicada no mundo corporativo

“O desafio foi duplo, eu precisava ser vista e respeitada como líder tanto pelo universo do judô que ainda é muito liderado por homens quanto pelas atletas, que foram minhas colegas de competição.” afirma Rosicleia Campos, ex-atleta olímpica e treinadora de judô, sobre deixar de ser atleta para se tornar treinadora. Segundo ela, esse processo exigiu uma reavaliação completa de abordagens e estratégias. Rosicleia precisou adaptar as habilidades de competição para o desenvolvimento de novas técnicas de ensino e gestão de equipe. Essa mudança é algo que pode ser comparado ao ajuste que muitos líderes empresariais enfrentam ao mudar de um papel técnico para uma função de gestão.

Segundo a treinadora, o sucesso da equipe veio com o desenvolvimento de um forte senso de identidade e autonomia. Esses princípios são essenciais para a inovação e a tomada de decisões estratégicas nas empresas. “Quando assumi a responsabilidade pela equipe, meu foco principal foi estabelecer uma identidade clara para o grupo e garantir que cada membro sentisse que tinha um papel vital no sucesso coletivo. No mundo corporativo, construir uma equipe com um forte senso de identidade significa que os colaboradores entendem e abraçam a visão e os valores da organização. Isso cria um ambiente onde a autonomia é incentivada e as pessoas se sentem empoderadas para tomar decisões e inovar”, afirma a ex-atleta.

A empatia e a compreensão profundas, que Rosicleia desenvolveu como competidora, são ferramentas poderosas na liderança e podem ser traduzidos para o mundo dos negócios. “Compreender as emoções e desafios de uma equipe é crucial para motivá-la e guiá-la com eficácia. Foi essencial criar um ambiente onde cada judoca não só entendesse sua função, mas também se sentisse responsável por suas ações e contribuições. Essa abordagem promoveu resiliência e motivação e as ajudou a superar adversidades com confiança. Não é apenas sobre treinar técnicas e estratégias; é sobre construir um espírito de equipe onde todos se sintam parte de algo maior”, comenta a treinadora.

Atleta das olimpíadas de Barcelona (1992) e Atlanta (1996), um dos obstáculos que teve foi ser vista como head coach, em 2005, pelas próprias atletas, já que havia competido ao lado delas na seleção. No entanto, já ter vivido as competições na pele fez com que ela tivesse clareza do que precisava ser feito para reestruturar a equipe. “Eu não tinha um time e sabia exatamente o que não queria. Tudo o que me faltou como atleta, eu quis compensar como treinadora”, reforça Rosicleia.

No ambiente corporativo, essa capacidade de se conectar com os membros da equipe e entender suas necessidades pode levar a uma comunicação mais eficaz e a um aumento na moral e na produtividade. A adaptação de estratégias, a empatia e a capacidade de inspirar são habilidades que transcendem as fronteiras do esporte e podem ser aplicadas com sucesso para alcançar resultados excepcionais em qualquer ambiente de trabalho. Líderes que compartilham suas histórias de superação e sucesso podem motivar suas equipes a alcançar seus próprios objetivos e a enfrentar desafios com determinação.

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