Desafios da Parentalidade: Como Construir Relações Seguras e Saudáveis com os Filhos – Por Joana Mattos

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Criar filhos é um dos maiores desafios da vida adulta, mas no Brasil esse processo ainda é cercado por crenças e práticas que dificultam uma parentalidade mais consciente. O modelo tradicional de educação, baseado na obediência irrestrita e na punição, continua presente em muitas famílias, mesmo diante de avanços científicos que demonstram seus impactos no desenvolvimento infantil.

Estudos na área da Psicologia e da neurociência comprovam que as experiências vividas nos primeiros anos de vida influenciam diretamente a saúde mental, as relações interpessoais e a capacidade de lidar com desafios. Crianças criadas em ambientes afetivos e estruturados tendem a se tornar adultos mais equilibrados emocionalmente, enquanto aquelas submetidas a instabilidade e rigidez excessiva podem carregar traumas e inseguranças para a vida adulta.

A Teoria do Apego, desenvolvida pelo psicólogo britânico John Bowlby, demonstra que o vínculo entre cuidadores e crianças é determinante para o desenvolvimento da autoconfiança e da resiliência emocional. Quando os pais oferecem segurança e acolhimento, ajudam a estruturar um sistema nervoso mais regulado, reduzindo a propensão a transtornos como ansiedade e depressão.

Para saber mais sobre acesse: https://www.instagram.com/joanamattospsi?igsh=ODVwZHFwdHl1NDR6

No entanto, muitos adultos enfrentam dificuldades para estabelecer esse vínculo porque foram educados em um contexto de repressão emocional. A busca por orientação parental tem crescido no Brasil justamente por esse motivo: pais e cuidadores querem romper ciclos disfuncionais de criação, mas muitas vezes não sabem como.

A Educação Positiva surge nesse cenário como uma abordagem baseada na conexão e no respeito mútuo, sem recorrer à permissividade ou ao autoritarismo. O objetivo não é evitar frustrações – que fazem parte do desenvolvimento infantil –, mas ensinar limites de maneira respeitosa, ajudando a criança a compreender as consequências de suas ações sem recorrer à humilhação ou à violência.

A transição para um modelo de parentalidade mais consciente, no entanto, não é simples. Além da pressão social e dos desafios estruturais enfrentados pelas famílias brasileiras, o acesso à informação de qualidade sobre o tema ainda é restrito para grande parte da população. Isso leva a equívocos na interpretação de conceitos como disciplina positiva e criação com apego, dificultando sua aplicação no dia a dia.

Investir em vínculos saudáveis com os filhos não é apenas uma questão individual, mas um fator que impacta toda a sociedade. Crianças que crescem em ambientes seguros e afetivos se tornam adultos mais preparados para construir relações equilibradas, reduzindo a incidência de problemas como violência doméstica, dificuldades de socialização e transtornos emocionais.

A parentalidade consciente não propõe um modelo idealizado ou inatingível, mas um olhar mais atento sobre a forma como os adultos interagem com as crianças. Mais do que criar filhos obedientes, trata-se de formar indivíduos emocionalmente saudáveis, capazes de contribuir para uma sociedade mais empática e equilibrada.

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