Convivendo em harmonia com diferentes personalidade no ambiente corporativo

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O mundo corporativo é um celeiro perfeito para a construção de diferentes personalidades, afinal somos seres individualizados e únicos. Cada um com sua história de vida e sua bagagem de construções psicológicas equilibradas ou não. Toda organização compõe-se de estrutura física, tecnologia, matérias de trabalho, normas, procedimentos, processos, regras e os recursos humanos. Estes últimos, as pessoas talvez sejam os mais complexos a serem administrados e gerenciados. Isto se deve ao fato de que possuímos diferentes características comportamentais, aptidões, atitudes, motivações e habilidades que vão caracterizar tipos psicológicos divergentes, de acordo com nossa herança genética, nossas influências familiares e as vivências que tivemos ao longo da vida. 

Claro que, seja em qual for o ambiente em que estivermos inseridos, podemos notar que as pessoas possuem diferentes personalidades. Isso é intrínseco ao ser humano. Pode ser na escola, em casa, em uma festa, em uma praia, no clube ou mesmo em nosso local de trabalho. Por exemplo, se você possui irmãos, certamente consegue enxergar inúmeras diferentes entre vocês. No modo de falar, de agir, sentir ou falar. O que é natural, são diferenças próprias de cada um.

Quando nos atentamos para estas questões em um ambiente corporativo, evidenciamos diferentes personagens. Em uma mesma instituição podemos ter que conviver com o temperamental, o crítico, o rabugento que reclama de tudo, o extrovertido, o introvertido, o assanhado, o tímido ao extremo, o feliz demais, o depressivo, o medroso, o sabe tudo, o folgado, o enrolado e lento, o desatento, o amável sempre disposto a ajudar, o centralizador, o altamente produtivo, e por aí vai. Se formos descrever todos os tipos, levaremos um bom tempo. A questão é que, em alguns casos, as incompatibilidades despontam divergências carregadas por conflitos que irão exigir jogo de cintura, controle emocional e um excelente manejo do gestor da empresa, com o objetivo de promover a harmonia do ambiente e garantir a produtividade dentro da eficácia esperada pelos donos.

Ninguém é obrigada a aceitar ou amar ninguém. Mas o respeito precisa imperar, pois não se pode abrir mão da compatibilidade entre as personalidades dos respectivos membros da organização para que o grupo de trabalho seja capaz de garantir coesão e harmonia no cumprimento das tarefas cotidianas.

photo of people near wooden table
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O bom relacionamento entre as pessoas é um dos fatores determinantes para um clima saudável dentro de uma organização. Até porque, no ambiente corporativo, geralmente não cabe a nós escolher os colegas, de maneira que precisamos aprender a conviver com os diferentes temperamentos, comportamentos e ideologias. É preciso saber separar assuntos pessoais dos profissionais e vice-versa. A amizade não deve interferir no andamento dos negócios. Pode parecer uma tarefa difícil, porém é um exercício de relacionamento como qualquer outro, que exige habilidades como paciência, flexibilidade, humildade e, acima de tudo, respeito.

Lidar com o outro é uma arte. Devemos levar em consideração os nossos limites e os limites deste, ainda assim respeitar a hierarquia e as regras impostas pela instituição. Afinal, saber lidar com as pessoas e trabalhar em equipe é fundamental para quem quer se destacar na carreira, independente do ramo escolhido.

Mas como fazer isso, convivendo com pessoas de personalidades tão divergentes da minha? Como ser fiel ao que acredito, defender meus pontos de vista e ainda assim dar espaço ao outro, sem ferir meus ideais e minha essência? Simples, praticando ações que visem um bom relacionamento interpessoal e mantendo uma boa comunicação em todos os níveis da empresa, os que se relacionam direta ou indiretamente com você. Sempre com muito respeito e flexibilidade para,[ se necessário recuar em alguma decisão/opinião ou mesmo ser o mais cooperativo possível visando o bom andamento das atividades exercidas.

Não tenha dúvidas que, na prática, relacionar-se e se comunicar com o outro é um desafio desgastante. Acredito que no mundo corporativo o maior problema em relacionamentos seja a falta de empatia- a inabilidade do indivíduo de se colocar no lugar do colega. Atualmente, sentimentos como orgulho e ego fazem com que as pessoas fechem os olhos para seus próprios defeitos e fraquezas e pratiquem o apontamento de dedos de forma a massacrar o outro com julgamentos desmedidos.

O que precisa ficar claro é que não sabemos tudo. Somos falhos e podemos errar. Afinal, somos humanos. Além disso, devemos ser humildes para reconhecer até onde vai a auto responsabilidade sobre as relações conflituosas que atraímos. Qual a minha contribuição na desordem interpessoal à minha volta? Fato é que, ao desenvolver a empatia, os desequilíbrios de comunicação ficam mais evidentes e fáceis de serem administrados.

A forma de comunicação é um outro fator que pode gerar desconfortos no ambiente de trabalho. Algumas pessoas utilizam linguagens mais diretas e menos formais que podem parecer ofensivas para os colegas que não estão acostumados com certos vocabulários. Um profissional que é mais focado e técnico pode achar que a atitude do colega mais comunicativo e desenvolto atrapalha a sua concentração, da mesma forma que, a sua postura mais retraída, pode ser interpretada como falta de simpatia.

Enfim, todas as personalidades possuem lados positivos e negativos – e é importante trabalhar, junto ao departamento de recursos humanos, estratégias e métodos de integração das características positivas da equipe. Com isso, garante-se o comprometimento do grupo em prol de resultados favoráveis corporativamente, além de contribuir para desenvolver relações mais humanas.

Flexibilidade é o segredo do bom relacionamento. Sendo flexíveis e humildes podemos ensinar e aprender, crescer e absorver conhecimento, tirando vantagem das próprias diferenças. O sucesso profissional depende das boas relações e do correto manejo das inconsistências no ambiente laboral. E a junção de vários talentos, mesmo divergentes entre si, alavanca o sucesso empresarial e pessoal de todos os envolvidos e comprometidos com a organização, favorecendo ainda o bem-estar e o equilíbrio da saúde mental de cada colaborador.

Dra. Andréa Ladislau – Psicanalista         

* Doutora em Psicanálise, Membro da Academia Fluminense de Letras – cadeira de número 15 de Ciências Sociais, Administradora Hospitalar e Gestão em Saúde, Pós Graduada em Psicopedagogia e Inclusão Social, Professora na Graduação em Psicanálise, Embaixadora e Diplomata In The World Academy of Human Sciences US Ambassador In Niterói, Professora Associada no Instituto Universitário de Pesquisa em Psicanálise da Universidade Católica de Sanctae Mariae do Congo, Professora Associada do Departamento de Psicanálise du Saint Peter and Saint Paul Lutheran Institute au Canada, situado em souhaites.

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