A pergunta de reflexão que chega nesse início é: Você se vê e/ou se sente como um BUSCADOR ou uma BUSCADORA?
Bert Hellinger, psicoterapeuta alemão, criador das Constelações Familiares – que é uma abordagem terapêutica sistêmica fenomenológica – fala que: “Quando em uma família surge um buscador, é porque com ele nasceu o desejo de todo o clã de sair das repetições e do conhecido e ir adiante.”
Quando você toma consciência dos padrões/crenças (organização de ideias e pensamentos repetitivos que vêm da sua história familiar – que são passados de geração para geração – o que você faz com isso?
Entendo que um importante passo para se conviver de forma mais saudável com você mesma(o) e com os outros é observar e cuidar das NARRATIVAS HISTÓRICAS DO CONTEXTO FAMILIAR para que, aos poucos, com esse movimento você comece a enxergar, acessar e sentir tudo que chega e como chega no seu corpo (dando uma atenção especial ao seu modo de agir e de falar) a partir dessa dinâmica de observação e cuidado.
Falo que existe “uma chave invisível” – cada pessoa tem a sua e você pode ESCOLHER: girá-la para entrar ou não a girar e não entrar. Já que isso exigirá um aprofundamento intrapessoal que muitas vezes é doloroso e que você terá que deixar fluir para conseguir CUIDAR e depois TRANSFORMAR.
Na transformação da RELAÇÃO INTRAPESSOAL, assim como em todas as relações, é preciso “assumir a responsabilidade sobre as escolhas por mudanças” e NÃO entrar em um processo de culpabilização quando identifica-se o padrão ou crença. O movimento é inicialmente de autoaceitação e autocompaixão, como também de saber que para se chegar até esse ponto já ocorreram importantes e significativas vitórias individuais. Esse passo potente não se refere ao outro, tem a ver com você querer se reconectar consigo.
Para transformar ou mudar padrões/crenças sobre quem você é enquanto indivíduo, você precisa reencontrar-se com você mesma(o). E isso é desafiador!!! Ao longo das fases da infância, da adolescência e da juventude, por conta de uma lógica educacional formal e informal que estabelece formatos de comportamentos e histórias que padronizam e não priorizam a liberdade do “se encontrar”, consequentemente, do “SER” e, por fim, do “existir com suas individualidades”, o ser humano vai se perdendo, se afastando dele mesmo e se moldando dentro de um “querer” e a partir “dos olhos” do outro, ele faz isso inconscientemente para que possa de alguma maneira atender as suas necessidades de ACEITAÇÃO E PERTENCIMENTO À COMUNIDADE.
Quando você escolhe girar a chave invisível e entrar, começa o autoconhecimento. E é uma busca LINDA, mas extremamente desafiadora que mexe muito com qualquer pessoa! Quando você toma consciência de algum padrão ou crença que reproduz de forma automática (inconsciente), mas compreende que ele não cabe mais na sua vida – NA SUA ESCOLHA DE SER VOCÊ – é libertador! Não quer dizer que você não terá “deslizes”, terá sim! E tudo bem, porque agora você está CONSCIENTE, está conectada(o) a si – aos valores humanos fundamentais para a construção de uma nova caminhada ou reconstrução de uma que já está em curso.
Ter consciência é a sua POTÊNCIA! Agora você está se conhecendo/se descobrindo e sabe que pode ESCOLHER: continuar seguindo o padrão/crença ou usar sua POTÊNCIA para transformar.
A esta altura, pode estar se perguntando: Como posso continuar usufruindo da minha potência? E respondo que uma possibilidade é: Buscando meios e ferramentas que sustentem o seu DESPERTAR, ou seja, se comprometer com tudo aquilo que já conquistou e seguir em frente, seja realizando atividades/processos práticos e/ou procurando apoio de profissionais que te ajudem a manter esta “intraconexão” – uma visão mais integral de você mesma(o).
Então, pode-se dizer que o próximo passo é buscar respostas para as seguintes perguntas:
- De que maneira eu posso me manter no caminho da transformação? Lembre-se que este será um novo desafio e que poderá se sentir cansada(o) ou “só”, mas saiba que NÃO ESTÁ SOZINHA(O) – tem muita gente neste estágio junto contigo. E se precisar, peça AJUDA!
- O que de BOM/MARAVILHOSO eu posso fazer com essa minha consciência (sabedoria adquirida a partir do meu despertar) que se tornou a minha POTÊNCIA de construção de um novo caminho ou de reconstrução do meu caminhar?
Te convido a pensar sobre isso, pegar uma folha de papel e escrever as suas respostas. Não se prenda/ não se enrijeça no “como eu posso” escrever tudo o que chega, simplesmente deixe fluir de dentro para fora todo o seu sentir e se não der para escrever, desenhe em preto e branco ou se permita pintar a partir das cores que conversem com as suas emoções e seus sentimentos.
Fabiana Lima Santos – Educadora Social. Gestora de Conflitos com foco em Cultura de Paz na Educação pelo IFBA – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia. Fundadora e Coordenadora do Instituto De Coração Para Coração. Facilitadora de Diálogos Restaurativos pela AJURIS – Escola de Magistratura do Estado do Rio Grande do Sul e com Aprofundamento em Facilitação em Diálogos Restaurativos pela AJURIS – Escola de Magistratura do Estado do Rio Grande do Sul. Mediadora de Conflitos Extrajudicial certificada pela Câmara Mediati e com Aprofundamento em Mediação & Arbitragem pela FGV – Fundação Getúlio Vargas e também em Mediação Narrativa Circular ministrada por Héctor Valle na Coonozco/Diálogos Transformativos e com certificação Internacional pela Sociedad Científica de Justicia Restaurativa (Espanha) e Coletivo Diálogos (México), como também pela EMAB – Escola de Magistrados da Bahia.
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