Economista Cristina Helena de Mello fala sobre a emergência de fintechs
Nos últimos anos, o cenário financeiro tem sido transformado pela emergência das fintechs – empresas que utilizam de forma inovadora e com tecnologia. Esses avanços estão revolucionando a entrega e a experiência dos serviços financeiros globalmente.
A América Latina está se beneficiando dessa revolução financeira, preparada para colher os frutos dessa transformação dinâmica. De acordo com a especialista e economista Cristina Helena de Mello, a reconfiguração dos serviços financeiros proporcionada pelas fintechs promete resultados significativos, especialmente para as pequenas e médias empresas (PMEs) da região, fundamentais para o crescimento econômico e o emprego.
Além disso, a proliferação de soluções fintech para pagamentos e gestão financeira está impulsionando a digitalização e a formalização das PMEs. “Ao utilizar dados e insights de transações, as fintechs não apenas preenchem lacunas de informação, mas também criam novas formas de financiamento, quebrando o ciclo de informalidade que prejudica a produtividade das PMEs”, comenta Cristina Helena.
Com a crescente adoção de smartphones, as empresas estão revolucionando a forma como interagem com os clientes através de aplicativos móveis, e o setor financeiro não é exceção. Instituições financeiras têm digitalizado seus processos, permitindo que os consumidores realizem operações bancárias diretamente de seus dispositivos móveis. Essa transformação é impulsionada por tecnologias como Big Data e nuvem, facilitando a automação e criação de novos serviços.
Fintechs, empresas que utilizam intensivamente tecnologia para inovar no mercado financeiro, estão aproveitando essa oportunidade. Elas se destacam por oferecer produtos e serviços diferenciados com maior agilidade operacional, embora enfrentem desafios de regulamentação e alcance geográfico. Segundo o Banco Central do Brasil (BCB), fintechs têm o potencial de criar novos modelos de negócios e serviços digitais inovadores.
Apesar do domínio dos grandes bancos, que detêm 81,8% do mercado de crédito e 79,1% dos depósitos totais, fintechs estão conquistando uma fatia crescente do mercado.
O rápido crescimento das fintechs no Brasil é um testemunho desse potencial transformador. No entanto, o ecossistema produtivo ainda requer um suporte robusto para um crescimento sustentável. A criação de Conselhos Consultivo e/ou de Administração, composto por especialistas do setor, formuladores de políticas e acadêmicos, pode desempenhar um papel essencial no fornecimento de insights e orientações para nutrir o ecossistema. Ganha-se velocidade e tração. Mas, também transparência e perenidade.
Olhando para o futuro, o Brasil enfrenta desafios de crescimento, incluindo altas taxas de juros e volatilidade cambial. No entanto, estas condições aparentemente desafiadoras trazem oportunidades de investimento em fintechs brasileiras que representam soluções e oportunidades para inovar e navegar por esses desafios. As soluções fintech têm o potencial de reduzir as taxas de juros de ponta e mitigar o impacto das flutuações cambiais, criando soluções para um ambiente macroeconômico desafiador.
Em resumo, o surgimento das fintechs na América Latina, especialmente no Brasil, representa uma mudança transformadora no cenário financeiro. Ao abraçar a inovação e fomentar um ecossistema de apoio, o Brasil pode potencializar o seu pleno potencial econômico e abrir caminho para um crescimento inclusivo e próspero.
