Saiba como escolher o cartão de crédito ideal, evitar taxas desnecessárias e manter suas finanças sob controle com estratégias inteligentes
O cartão de crédito é uma ferramenta financeira poderosa e, hoje em dia, praticamente indispensável. Porém, esse é um meio de pagamento que pode se tornar um problema se não for usado com consciência.
Em 2024, mais de 60% das dívidas que os brasileiros tinham era com atraso ou falta de pagamento da fatura do cartão. Com uma média de R$ 4.300, isso significa um total de R$ 394,3 bilhões em dívidas, de acordo com dados do Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas no Brasil, da Serasa Experian.
Por isso, escolher o cartão certo exige uma análise criteriosa de diversos fatores, como taxas de juros, limite de crédito, anuidade e benefícios oferecidos. Ter um cartão consignado pode ser vantajoso, pois oferecem taxas de juros mais baixas, além de condições de pagamento que impedem que você tenha um acúmulo de dívidas.
Mas, independentemente de qual cartão você escolha, é preciso tomar boas decisões para impedir que sua vida financeira se complique. Conheça dicas de como escolher um cartão de crédito — e como manter esse cartão limpo de dívidas e atrasos.
Verifique os custos do cartão
Os cartões de crédito possuem custos embutidos — e não estamos falando apenas dos juros. Há custos com anuidade, eventuais seguros e outras taxas, as quais você pode estar pagando sem necessidade.
Muitos cartões possuem um custo de anuidade em troca de oferecer benefícios como pontos a mais e salas VIP em aeroportos. Mas se você não utiliza nenhum desses benefícios, estará pagando uma taxa extra desnecessariamente. Ou seja, deixando dinheiro nas mãos do banco.
Antes de contratar um cartão, faça pesquisas e procure opções que oferecem os mesmos benefícios, mas isentam a taxa de anuidade ou, então, veja se o seu cartão dispensa essa taxa sob certas condições (um valor mínimo gasto por mês, por exemplo) que você possa cumprir sem comprometer seu orçamento.
Pontos ou cashback?
Os principais cartões de crédito do Brasil sempre ofereceram pontos ou milhas, só que mais recentemente eles passaram a oferecer cashback também. Ou seja, parte do dinheiro que você gasta nas compras volta como dinheiro na sua conta.
A decisão de receber pontos ou cashback cabe a você, mas ela também depende do seu padrão de gastos. Caso sua fatura seja econômica (menos de R$ 2.000 por mês, por exemplo), o cashback faz mais sentido, pois a quantidade de pontos seria muito pequena para fazer alguma troca.
Por outro lado, se seus gastos forem mais elevados, e especialmente se você gosta de viajar bastante, então os pontos vão te ajudar a resgatar milhas e trocar por passagens aéreas de forma mais rápida.
Acompanhe seus gastos
Sim, não tem jeito: você precisa acompanhar seus gastos a partir do momento que escolhe ter um cartão. Esse é o único meio pelo qual você consegue ver se está passando do orçamento ou se tem algum gasto que você pode cortar.
Você pode tirar uma horinha por semana para olhar a sua fatura do mês e verificar todos os gastos. Além disso, fique atento sobretudo a assinaturas, pois elas tendem a ser os gastos que mais fazem você perder dinheiro. Sempre pense se vale a pena manter um serviço de streaming ou assinatura de algum aplicativo.
Não tenha mais de um cartão
Pode ser tentador fazer e usar mais de um cartão, especialmente se o segundo cartão tiver vantagens que o seu não tem. Mas, se o seu objetivo é manter as finanças sob controle, ter mais de um cartão não vai te ajudar.
Possuir mais de um cartão significa ter mais de uma fatura para conferir, mais pagamentos para fazer e mais trabalho para equilibrar o orçamento. Além disso, você também corre o risco de diluir os benefícios e ganhar menos cashback ou pontos, ainda mais se as suas despesas do cartão forem pequenas.
Em vez disso, se você adotar apenas um cartão, fica mais fácil visualizar o fluxo de dinheiro e não precisa se preocupar em lembrar cada data de vencimento da fatura. Você também vai concentrar os seus benefícios de pontos e cashback em um só lugar, ganhando mais mesmo gastando pouco.
Nunca use todo o limite
Admita: você provavelmente já se empolgou toda vez que o seu banco aumentou o limite de gastos do seu cartão. Essa é a sensação de que sua “renda” aumentou e ela é muito boa — só que é totalmente falsa.
Não são poucas as pessoas que enxergam o cartão de crédito como um “complemento” de renda, o que ele não é. Aquele limite é um crédito que o banco concede a você e cobra altos juros por isso. Caso o limite do seu cartão seja maior do que a sua renda, estourá-lo pode fazer você ter uma dívida quase impagável.
Por isso, em vez de levar em conta apenas o limite do cartão, estabeleça seu próprio limite. Se você tem um orçamento de R$ 2.000 por mês, tenha esse valor como teto mesmo que o limite do cartão seja de R$ 4.000. Fazer isso vai te impedir de cair na bola de neve das dívidas e dos juros elevados.