Tem-se falado muito no luto dos relacionamentos. Depois daquele enorme love story que vivemos, da paixão arrebatadora ao amor em todas suas fases, as pessoas “do nada” começam a enxergar o defeito dos parceiros. Mas isso não é bem enxergar, pois nunca fomos de fato cegos. Isso é cair na real, como eu chamo. A pessoa começa a dar conta de sua realidade, de que o cara não é o príncipe do conto de fadas nem ela é a cinderela que vai deixar o sapatinho de cristal na escada, nem o telefone de contato, nem o Instagram. O que você pensa que seja um relacionamento? O amor? A paixão ou apaixonamento? Isso você pode ler no meu último artigo no Jornal Notícias em Português em seu site. Aqui vamos falar um pouco sobre o depois.
Como curar a dor da perda? Como superar o fim?
Embora a dor de amor ou o luto seja matéria-prima para a cultura, para filmes românticos, tipo Romeu e Julieta, Ghost entre outros, raramente as perguntas não facilmente respondidas que nos restam são sobre: e como curar a dor da perda? Como superar o fim? Quando isso vai passar? Posso sobreviver sem a outra pessoa? O que devo fazer para melhorar? Como faço para esquecer?
Em primeiro lugar, o que geralmente acontece é que a outra pessoa, porque está à distância de nós, torna-se novamente uma pessoa desejada, pois só lembramos de suas qualidades, não há defeitos a distância, ela torna-se perfeita. Isso dificulta mais ainda a nossa descida à Terra dos mortais, pois tudo o que diz respeito à paixão e ao amor, principalmente quando este é idealizado, é bem complicado de se desvencilhar.
Vou deixar esta poesia aqui e deixá-los a pensar. Comentem abaixo o que você entendeu da poesia e o que faz sentido para você ou não. Você já passou por algo parecido? Já se sentiu dessa forma aí? A que tipo de luto o eu lírico se refere? O que ele espera?
Daí fico devendo para o próximo texto as respostas possíveis para as perguntas anteriores.
Não choro mais
Meu luto já foi feito
Não me lamento
Contorceria esse meu peito exausto de esperar
Esperar pela mudança, uma transformação…
Fatiga
Em minhas memórias sonhos vãos
Alicerçar sobre os escombros pretensa arquitetura?
Sem ternura maior por si
não se pode pensar em construção
Não choro mais
O pranto é findo
E eu vou indo como Deus quiser
Porque, no fundo, essa grande escolha
Só acontece no caminho
Por meus desejos de menina
Por meu consenso de mulher
Janice Mansur é escritora, professora, revisora de tradução, criadora de conteúdo e psicoterapeuta (atendendo online).
Canal do Youtube: BETTER & Happier Instagram: @janice_mansur