Como autoconhecimento ajuda executivos a gerir os negócios

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A competitividade e a pressão por resultados no mundo corporativo podem ser muito desafiadoras. Diante das cobranças e das elevadas expectativas, profissionais executivos muitas vezes agem por impulso, sem uma racionalização completa de suas escolhas e estratégias. Segundo Uranio Bonoldi, escritor especialista em tomada de decisão, muitos equívocos nos negócios são cometidos por escolhas tomadas de forma emocional, e não pelo uso da razão baseada em valores. Assim, o primeiro passo para se evitar esse tipo de transtorno é o autoconhecimento.

“Conhecer a si mesmo proporciona grande poder”, diz Bonoldi, autor do livro Decisões de alto impacto: como decidir com mais consciência e segurança na carreira e nos negócios. A partir do autoconhecimento, é possível ter maior clareza de suas habilidades, de suas reações, e assim prever melhor as consequências de suas escolhas. “Se você sabe quais são as suas capacidades, você desenvolverá coragem e atravessará momentos desafiadores com segurança. Carregamos conosco emoções negativas nascidas de más experiências do passado ou de um processo de educação falho. Ao reconhecermos essas deficiências, podemos superá-las”, além de entender como e quando o medo age, diz o escritor.

De quais formas, então, um profissional pode alcançar autoconhecimento? De acordo com Bonoldi, essa jornada se inicia com reflexões sobre os padrões de comportamento que costumamos ter.

“Quais são os nossos impulsos, predileções, repulsas, medos e certezas? Quais são os valores dos quais nunca iremos abrir mão?”, aponta.

Fazer essas perguntas a si mesmo não é uma tarefa simples, uma vez que costumamos lidar com situações cotidianas de maneira automática, sem uma reflexão que as embase. Porém, essa reflexão é fundamental para que o indivíduo conheça seus valores, seus anseios, suas preferências, e assim esteja apto para tomar decisões que estejam de fato alinhadas com sua identidade. Há ferramentas estruturadas em softwares que estruturam essas análises pela aplicação de um conjunto de perguntas, identificando e classificando seu perfil. Esse pode ser um bom ponto de partida para aqueles que tem dificuldade em se isolar e se fazer perguntas. Ajuda profissional também pode ser muito bem-vinda.

Solidão planejada

No livro Decisões de alto impacto, o autor indica que uma das maneiras de se buscar autoconhecimento é a solidão planejada, ou solitude, o bem-estar encontrado quando se está sozinho.

“Solidão, é o sentimento que surge quando você não quer estar isolado das pessoas. Já a solitude é um recolhimento voluntário, uma escolha sua”.

O afastamento das atividades do dia a dia e das pessoas com as quais convivemos é uma ferramenta poderosa para que se tenha tempo dedicado para si, para reconhecer os próprios gostos e vontades.

“Em solitude podemos começar a nos perguntar quem somos, do que gostamos, o que nos faz mal, o que nos traz desconforto, o que nos faz ficar vivos e realizados. Enfim, começamos efetivamente a nos conhecer”, diz Bonoldi.

O exercício de autoconhecimento, contudo, pode trazer à tona revelações desconfortáveis. A partir da prática, é possível reconhecer falhas e posturas inadequadas que geram sensação de culpa e insegurança.

“Todos nós estamos sujeitos a algumas derrapadas, mas não devemos desanimar. O que importa é o próximo passo após reconhecer um erro. O autoconhecimento serve para que enxerguemos os caminhos errados que trilhamos e assim possamos buscar rotas mais seguras e alinhadas aos nossos valores”, conclui.

Sobre o autor:

Uranio Bonoldi é palestrante e especialista em negócios e tomada de decisão, é professor do Executive MBA da Fundação Dom Cabral, onde leciona sobre “Poder e Tomada de Decisão”. Educado pelo método Waldorf, sua graduação e em seguida a pós-graduação em administração de empresas foi feita na FGV-SP. Atuou em grandes empresas como diretor e CEO.

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