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Câncer de próstata segue avançando no Brasil e rotina de motoristas profissionais aumenta risco de diagnóstico tardio

Redação
4 min. leitura

O câncer de próstata continua sendo um dos principais desafios de saúde pública entre os homens brasileiros. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o país deve registrar cerca de 71,7 mil novos casos por ano entre 2023 e 2025, mantendo a doença como o tipo de câncer mais incidente na população masculina, excluindo os tumores de pele não melanoma. O comportamento silencioso do tumor — que pode evoluir por anos sem provocar sintomas — contribui para a detecção tardia e para a mortalidade ainda elevada.

Dados recentes apontam que mais de 17 mil homens morrem anualmente em decorrência do câncer de próstata no Brasil, número que evidencia a gravidade do problema. A maior parte das mortes ocorre em casos diagnosticados já em estágios avançados, quando o tumor provoca sintomas e as possibilidades de tratamento são mais limitadas.

Entre motoristas profissionais, a combinação entre longas jornadas, pressão por prazos, dificuldade de acesso a consultas médicas e a persistência de tabus em torno dos exames preventivos cria um ambiente que favorece ainda mais o atraso no diagnóstico. Embora não existam estudos nacionais que quantifiquem a incidência específica entre caminhoneiros e cegonheiros, especialistas alertam que a rotina da categoria aumenta a vulnerabilidade.

“A atividade exige concentração e muitas horas de estrada, mas o cuidado com a saúde não pode ficar para depois. Avaliações regulares preservam o bem-estar do trabalhador e contribuem para a segurança do transporte”, afirma José Ronaldo Marques da Silva, o Boizinho, presidente do Sinaceg.

Para muitos motoristas, a primeira consulta só acontece quando os sintomas começam a interferir na rotina. Essa espera, porém, tende a ser perigosa. “A rotina intensa pode empurrar as consultas para depois, mas esse adiamento aumenta os riscos. Reservar tempo para um check-up é essencial para garantir condições de trabalho e preservar a saúde do motorista”, alerta Marcio Galdino, diretor regional do Sinaceg.

Sinais de alerta e exames essenciais

A ausência de sintomas não significa ausência de risco. Nos estágios iniciais, o tumor geralmente não provoca dor ou desconforto. Quando surgem, os sinais mais comuns incluem dificuldade para urinar, jato fraco, necessidade de levantar várias vezes à noite ou sensação de esvaziamento incompleto da bexiga — manifestações típicas de fases mais avançadas.

As recomendações da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) orientam que homens a partir dos 50 anos façam acompanhamento regular com urologista, ou a partir dos 45 anos quando há fatores de risco como histórico familiar ou pertencimento à população negra. O PSA, exame de sangue que mede a dosagem do antígeno prostático específico, e o toque retal são as ferramentas mais eficientes para a detecção precoce.

Prevenção contínua como parte da segurança nas estradas

O Sinaceg reforça que manter a saúde em dia é parte essencial da vida profissional nas estradas. A entidade promove ações contínuas de orientação e conscientização entre os trabalhadores do setor, buscando quebrar tabus e incentivar a prevenção como ferramenta de proteção à vida e ao trabalho.

Quando não tratado adequadamente, o câncer de próstata pode evoluir para quadros graves, com dores intensas, sangramento, alterações urinárias importantes e até insuficiência renal. A detecção precoce, por outro lado, permite tratamentos menos invasivos e taxas de cura significativamente mais altas, segundo o INCA e a SBU.

Para os motoristas, cuidar da saúde significa garantir mais segurança para si, para as famílias e para todos que compartilham as estradas. A prevenção é um compromisso que precisa acompanhar cada quilômetro percorrido.

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