As 25 melhores novelas da história da TV Globo

17 min. leitura

A Rede Globo de Televisão completou 56 anos de existência na última semana, e nada mais justo que resgatar aqui um dos seus produtos mais consolidados, as telenovelas.

A primeira telenovela da Globo foi exibida em 1965, seu ano de fundação. “O Ébrio” foi veiculada no horário das oito (atual horário das nove), desde então, a TV Globo expandiu novos horários de folhetins (horário das seis e sete) e desde então, nunca mais parou de produzir novelas, algumas chegando a alcançar o êxito internacional como “Escrava Isaura” e “Avenida Brasil”.

Pensando nisso, decidi preparar uma lista pessoal com as 25 melhores novelas da história da TV Globo. Confira abaixo e relembre um pouco de cada uma entre imagens e textos.

Irmãos Coragem (1970), de Janete Clair

Foto: Divulgação

A novela conta a luta dos irmãos João, Jerônimo e Duda (Tarcísio Meira, Cláudio Cavalcanti e Cláudio Marzo) para vencer a dominação do Coronel Pedro Barros (Gilberto Martinho) na zona mineradora de Coroado, interior de Goiás. João encontra um enorme diamante, fato que vai desencadear a trama.

Foi a primeira novela da Globo a atingir, de fato, todo o Brasil. O país ficou viciado pela obra, que durou um ano no ar. É considerada o primeiro marco da liderança nacional que a emissora teria a partir dali.

Em 1995, a Globo produziu um remake para o horário das 18h, porém sem sucesso.

Selva de Pedra (1972), de Janete Clair

Foto: Divulgação

O romance entre Simone (Regina Duarte) e Cristiano (Francisco Cuoco), tumultuado pelos perigos da cidade grande: ambição, dinheiro, poder, convenções sociais. Os vilões Miro (Carlos Vereza) e Fernanda (Dina Sfat) são os principais responsáveis pelos infortúnios do jovem casal.

A novela Selva de Pedra atingiu um clímax inédito, tendo 100% de audiência em um de seus capítulos. Em 1986, a Globo produziu um remake da novela com Tony Ramos e Fernanda Torres nos papéis principais.

O Bem-Amado (1973), de Dias Gomes

Foto: Divulgação

O primeiro folhetim colorido da TV. Criticava com humor o Brasil da ditadura militar. A história baseava-se em um prefeito capixaba que tinha como plataforma eleitoral de sua cidade a construção de um cemitério.

Recentemente, o folhetim voltou a ser disponibilizado no Globoplay.

Gabriela (1975), de Walter George Durst

Foto: Divulgação

Em meio às questões políticas e sociais, como a seca do Nordeste, a simples Gabriela (Sônia Braga) esbanjou sensualidade no papel de protagonista. A adaptação do romance Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado, teve um remake no ano de 2012, e também foi considerada a melhor produção do ano de 1975, pela APCA.

Pecado Capital (1975), de Janete Clair

Foto: Divulgação

Com o objetivo de retratar a ambição, a trama contava a história do motorista de táxi Carlão (Francisco Cuoco), que encontra em seu carro uma mala repleta de milhões, fruto de um assalto a banco. Em dúvida sobre entregar a mala à polícia ou se apossar do dinheiro, Carlão decide ficar com a fortuna. O motivo: ele quer reconquistar a ex-noiva, Lucinha (Betty Faria), agora envolvida com o empresário Salviano Lisboa (Lima Duarte). A ascensão de Lucinha acompanha a decadência de Carlão, que termina morto, vítima da própria ambição.

A Globo produziu uma versão em 1998, porém sem sucesso.

Escrava Isaura (1976), de Gilberto Braga

Foto: Divulgação

Vendida para 80 países, a novela narra a história de Isaura (Lucélia Santos), uma escrava que desperta a paixão do vilão Leôncio (Rubens de Falco).

Em 2004, a Record TV fez uma adaptação da trama original, que curiosamente, também rendeu bons índices de audiência.

Saramandaia (1976), de Dias Gomes

Foto: Divulgação

Em Bole-Bole, os moradores se dividem entre os que querem mudar o nome da cidade e os que preferem mantê-la. A trama também contou com personagens inusitados, como o João Gibão (Juca de Oliveira), que esconde um par de asas e Dona Redonda (Wilza Carla) que come tanto que acaba explodindo, além de Marcina (Sônia Braga), Encolheu (Wellington Botelho), entre outros. O remake foi exibido no horário das 23h em 2013.

O Astro (1977), de Janete Clair

Foto: Divulgação

Uma febre que dominou o país. O Astro é sobre a escalada social de Herculano Quintanilha (Francisco Cuoco), golpista que se disfarça de vidente em uma churrascaria do subúrbio carioca. Ele se aproxima da milionária família Hayalla, e penetra no poderoso grupo empresarial do clã. A morte do patriarca Salomão (Dionísio Azevedo) desencadeia a trama.

O visual de Herculano como vidente, com o turbante azul turquesa e a maquiagem oriental, marcou tanto que foi resgatado no recente remake da obra, em 2011.

Dancin Days (1978), de Gilberto Braga

Foto: Divulgação

A novela lançou inúmeras modas. Meias de lurex com sandálias de salto, roupas coloridas e brilhantes, penteados, músicas, perfumes e brinquedos. Considerada uma das tramas mais cultuadas da história, Dancin Days conta a história de Júlia Matos (Sônia Braga) que após sair da prisão depois de 11 anos, tenta conquistar o amor da filha adolescente, Marisa (Glória Pires). Mas a irmã de Júlia, a socialite Yolanda Pratini (Joana Fomm), que criou a sobrinha, faz de tudo para impedir a aproximação de mãe e filha.

Roque Santeiro (1985), de Dias Gomes e Aguinaldo Silva

Foto: Divulgação

A novela havia sido proibida em 1975, após ter 30 capítulos gravados. O motivo: Dias Gomes tentou adaptar para a TV sua peça teatral “O Berço do Herói”, proibida pela censura em 1965. A censura descobriu o plano e vetou a novela. Em 1985, dez anos depois de ter sido engavetada, a obra foi finalmente concluída. “Roque Santeiro” estreou em junho e simbolizou a fase da Nova República, com o fim da ditadura militar no Brasil – em março, José Sarney tomara posse como presidente, encerrando o ciclo de 21 anos de militares no poder.

A trama se define ao redor de Roque Santeiro (José Wilker), que retorna à cidadezinha de Asa Branca, 17 anos após ser dado como morto. Roque é considerado santo milagroso na região, e sua volta ameaça os poderosos da cidade.

Vale Tudo (1988), de Gilberto Braga

Foto: Divulgação

Raquel e Fátima simbolizavam dois extremos, um que ia pelo caminho da honestidade e o outro daqueles que preferiam levar vantagem em tudo. A trama contava a história sobre a honesta Raquel (Regina Duarte) que vivia um duelo com a filha, a ambiciosa e desonesta Fátima (Glória Pires). Fátima acaba vendendo a casa da família e foge para o Rio de Janeiro. Raquel vai atrás dela, passa a vender sanduíches na praia e torna-se dona de uma rede de restaurantes, enquanto Fátima dá o golpe do baú.

O país se envolveu nas discussões propostas pela novela. Praticamente todos os personagens tornaram-se inesquecíveis, como a alcoólatra Heleninha (Renata Sorrah) e a produtora de modas Solange Duprat (Lídia Brondi). Além da monstruosa vilã Odete Roitman (Beatriz Segall).

Tieta (1989), de Aguinaldo Silva

Foto: Divulgação

A novela de maior audiência da história da TV Globo. Teve vários bordões que caíram na boca do povo brasileiro como Mistério!, U-U! e Nos trinques!. Tieta (Betty Faria) volta à sua cidade natal, anos após ter sido expulsa pelo pai. Agora Tieta é rica, mas o que ninguém sabe é a origem de seu dinheiro: ela enriqueceu comandando um prostíbulo. A volta de Tieta tumultua a região, interferindo na vida de todos, principalmente de sua interesseira irmã, Perpétua (Joana Fomm).

Mulheres de Areia (1993), de Ivani Ribeiro

Foto: Divulgação

A história das inesquecíveis e gêmeas rivais Ruth e Raquel, fez com que Glória Pires brilhasse. Além de Marcos Frota que conquistou o público interpretando o personagem Tonho da Lua, apaixonado por Ruth, que tinha boa personalidade, ao contrário de sua irmã Raquel.

A Viagem (1994), de Ivani Ribeiro

Foto: Divulgação

A trama fala sobre vida após a morte segundo a doutrina espírita. O casal principal da novela foi protagonizado por Christiane Torloni e Antônio Fagundes.

A novela tornou-se um dos maiores sucessos na faixa das 19hs, desbancando a então novela das oito, “Pátria Minha”.

A Próxima Vítima (1995), de Silvio de Abreu

Foto: Divulgação

Em plena metade dos anos 90, Silvio de Abreu criou uma novela onde, pela primeira vez, o suspense policial era a espinha dorsal, e todas as tramas estavam subordinadas aos crimes. O público tinha de adivinhar quem matava, e também quem seria o próximo a morrer.

A trama contava a história de um serial killer, que eliminava diversas pessoas. Antes de morrer, cada vítima recebia uma lista com o horóscopo chinês. Em meio aos crimes, acontecia a decadência da família Ferreto, e o triângulo amoroso entre Juca (Tony Ramos), Ana (Susana Vieira) e Marcelo (José Wilker). Na reta final, a novela conseguiu virar assunto nacional, com o público aguardando a revelação do assassino.

O Rei do Gado (1996), de Benedito Ruy Barbosa

Foto: Divulgação

Novela de grande sucesso, é mostrada a luta pela posse de terra. O Rei do Gado mostrou a realidade do Brasil rural e traçou forte paralelo com a realidade do país, principalmente na questão dos sem-terra. A trama recebeu o Certificado de Honra ao Mérito no Festival Internacional de Cinema de São Francisco, concorrendo com 1.525 produções de 62 países.

Por Amor (1998), de Manoel Carlos

Foto: Divulgação

Helena (Regina Duarte) troca seu filho recém-nascido com o bebê da filha, Maria Eduarda (Gabriela Duarte) que morreu ao nascer. Tudo para impedir que a jovem sofra, fazendo com que seu marido Atílio (Antônio Fagundes) não se conforme.

Laços de Família (2000), de Manoel Carlos

Foto: Divulgação

Helena (Vera Fischer) faz de tudo para felicidade da filha, Camila (Carolina Dieckmann), que tem leucemia, desistindo até do amor de Edu (Reynaldo Gianecchini).

O Clone (2001), de Glória Perez

Foto: Divulgação

Um dos maiores sucessos internacionais da Rede Globo. O tema abordado foi sobre clonagem humana. O romance ficou por conta da muçulmana Jade (Giovanna Antonelli) e de Lucas (Murilo Benício) que também vive o irmão gêmeo que morre, e seu clone. A novela rendeu à autora inúmeros prêmios no Brasil e no exterior, como o Prêmio INTE (o mais importante da televisão latina) de melhor autor e, prêmios concedidos pelo DEA e pelo do FBI, em razão da campanha pelos dependentes químicos.

Chocolate com Pimenta (2003), de Walcyr Carrasco

Foto: Divulgação

Inspirada na opereta A viúva alegre, de Franz Lehár, e também na peça A visita da velha senhora, de Durrenmatt. A novela foi duas vezes reapresentada. A trama se passa em 1922, em que a jovem Ana Francisca (Mariana Ximenes), que vai morar em Ventura com parte de sua família que ela não conhecia. Lá ela conhece Danilo (Murilo Benício) e os dois acabam se apaixonando.

Cabocla (2004), de Benedito Ruy Barbosa

Foto: Divulgação

Inspirada em um romance de Ribeiro Couto, Cabocla é uma telenovela que apresenta a história de um homem rico que decide passar uma temporada na fazenda para cuidar de sua saúde. Em meio a uma cidade capixaba, encanta-se por uma cabocla da região. Para viver o romance, os dois têm que enfrentar muitas dificuldades por causa de suas diferenças sociais. A novela foi exibida em 2004, às 18 horas.

O folhetim é um remake da primeira versão exibida em 1979, que era protagonizada por Glória Pires e Fábio Júnior.

Senhora do Destino (2004), de Aguinaldo Silva

Foto: Divulgação

A trama conta o embate de Maria do Carmo (Suzana Vieira) com uma das piores vilãs da TV, Nazaré Tedesco (Renata Sorrah).

Alma Gêmea (2005), de Walcyr Carrasco

Foto: Divulgação

A história da busca de dois seres apaixonados, um homem e uma mulher, separados pela tragédia, pelo tempo e pelas diferenças sociais até o eterno reencontro. Dividida em duas fases, começa na década de 20 e depois é ambientada nos anos 40. A novela é cercada de misticismo e espiritismo. E teve como protagonistas, o casal Serena (Priscila Fantin), Rafael (Du Moscovis) e a vilã Cristina (Flávia Alessandra).

Caminho das Índias (2009), de Glória Perez

Foto: Divulgação

A novela Caminho das Índias foi produzida e exibida pela Rede Globo no horário das 20 horas, durante o ano de 2009. Escrita por Glória Perez, a trama retrata a realidade da convivência entre castas na sociedade indiana. Casamentos prometidos, a luta pelo amor e muita cultura são alguns dos temas abordados que tornaram essa novela tão amada pelo público.

Avenida Brasil (2012), de João Emanuel Carneiro

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A inesquecível sede de vingança e ódio visceral permeou durante toda a trama entre Nina (Débora Falabella) e a querida vilã Carminha (Adriana Esteves). Além disso, a novela demonstrou o subúrbio de uma forma diferente e ainda faz sucesso pelo mundo.

Sei que muita gente ao ler este texto vai falar: ‘Poxa, tem muita novela aí que não merecia estar nessa lista’. De fato, porém todas as novelas que a TV Globo produziu foram importantes tanto para a emissora quanto para nós que assistimos, pois passamos a prestigiar um produto que só o brasileiro faz tão bem.

E esse prestígio tornou-se tão importante, que a Globo expandiu a forma de acompanharmos as novelas, hoje em dia, não precisamos esperar a folhetim ir ao ar no “Vale a pena ver de novo”, o Canal Viva e o Globoplay desempenham bem essa função, tanto que o brasileiro ainda perdeu o gosto pelas novelas, o que sem dúvida nenhuma a TV Globo faz de melhor!


Gabriel Ferreira – Estudante de Jornalismo

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