Após o anúncio da atualização do Termo de Privacidade do WhatsApp no último dia 6 de janeiro, o compartilhamento de dados dos usuários entre o app e o Facebook se transformou na pauta da vez. O público, desconfiado, criou uma verdadeira enxurrada de informações nas redes sociais – algumas reais, outras não – e uma pergunta pairou: é seguro continuar usando o aplicativo de mensagens instantâneas?
Dados apurados pela Decode, empresa de dados e client acquisition, demonstram que apenas 3% dos internautas brasileiros que comentaram sobre o tema consideraram a mudança positiva. Além disto e ainda que o Telegram seja o mais citado como alternativa ao WhatsApp, o número de downloads de outro app mensageiro, o Signal, saltou para o topo da lista de mais baixados na Play Store, ao passo que o WhatsApp caiu para 13º.
No Twitter, 67% dos brasileiros que comentaram sobre o tema mostraram-se desfavoráveis à mudança. O interesse em mudar de aplicativo apareceu em 34% dos tweets, enquanto 19% dos internautas declararam ter aceitado o termo sem ter lido.
Mas afinal, essa mudança é realmente drástica?
Apesar de ter tomado a pauta do momento e ser muito comentada, a mudança não é tão drástica quanto aparenta. Em resumo, o WhatsApp passou a obrigar seus usuários a compartilhar dados pessoais com o Facebook, mas, segundo a empresa, as novas regras afetam “apenas as mensagens enviadas para contas empresariais no WhatsApp”. Dessa forma, as informações trocadas entre contas não corporativas não teriam qualquer mudança.
Um ponto positivo a ser destacado é a discussão saudável que a mudança trouxe, sobretudo em relação à LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados no Brasil. “Com o passar do tempo, o usuário ficou cada vez mais alheio aos motivos pelos quais seus dados são frequentemente coletados e a finalidade que irão ter. Por isso, houve a necessidade de atualizar as leis de proteção de dados na internet, dando mais segurança e autonomia para o usuário compartilhar ou não seus dados, além de criar regras mais rígidas quando o assunto é coleta e tratamento de dados por meio das empresas. A ‘polêmica’ WhatsApp fez o usuário dar atenção a esse assunto, que é tão importante”, explica o CEO da Codeby, empresa de tecnologia e desenvolvimento, Fellipe Guimarães.
Importante ressaltar que as mensagens e chamadas do aplicativo são criptografadas de ponta a ponta, o que não permite que o WhatsApp e Facebook acessem diretamente o conteúdo das conversas.