Nascida em Minas Gerais, em 1970, Anamaria Vieira traz consigo as memórias e impressões do minério de ferro das terras mineiras, especialmente do município de Ouro Preto, onde residiu na infância. Essa conexão com a terra e a matéria bruta é um dos elementos centrais que moldam sua arte. Autodidata, Anamaria começou a se expressar artisticamente ainda na juventude, movida por um ímpeto de criatividade que se manifestava em formas e movimentos.
Com o tempo, Anamaria encontrou na técnica do bronze um meio de expressão que permitia a lapidação insistente de seu ser interior, um processo que continua até os dias de hoje. Sua formação em Psicologia, concluída na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1997, também influencia profundamente seu trabalho, que frequentemente explora as complexidades das relações humanas no cotidiano.
Influências psicológicas e técnicas variadas
A artista utiliza uma variedade de materiais em suas obras, incluindo bronze, resina, resimármore, concreto celular, terracota, chapas de ferro e aço. Suas criações são caracterizadas por formas que sugerem movimento e contêm uma certa ambiguidade, o que desperta diversas interpretações e permite ao espectador se identificar com a obra.
Anamaria descreve seu processo criativo como uma necessidade interior, onde transforma matéria bruta e amorfa em algo cheio de sentido e sentimento. “Crio por necessidade interior e acho muito lindo transformar a matéria bruta e amorfa em algo pleno de sentido e sentimento! Num gesto de reviver emoções, expressar desejos, ou ainda, extravasando uma angústia, sigo apostando na arte como instrumento transformador de ‘realidades’ e o mundo vai se tornando um lugar mais acolhedor”, explica a artista.
Participação na Exposição Argus
Na Exposição Argus, que comemora os 200 anos da Migração Alemã no Brasil, Anamaria Vieira se junta a outros artistas para apresentar suas obras na MBlois Galeria de Arte, localizada em Ipanema, Rio de Janeiro. A exposição, que acontece de 28 de junho a 14 de julho de 2024, reúne uma diversidade de expressões artísticas, refletindo as influências culturais e históricas da migração alemã no Brasil.
A curadoria da exposição é de Edson Cardoso, e Anamaria se destaca entre os artistas convidados. Sua participação reforça a ideia de que a arte é um instrumento poderoso para conectar diferentes culturas e perspectivas, oferecendo um espaço para reflexão e diálogo.
Anamaria Vieira, com suas obras marcadas pelo surrealismo e pelo foco nas relações afetivas, contribui para essa narrativa, trazendo à tona os eternos dilemas do amor e das interações humanas através de suas esculturas e formas artísticas. A exposição Argus não apenas celebra uma importante data histórica, mas também destaca o papel transformador da arte na sociedade.
Instagram: @anamariavieiraescultorapintora