Grupo Heineken busca conquistar espaço no mundo das cervejas baixas em carboidrato, entenda.
Você gosta de tomar cerveja?
Se é como a maior parte dos brasileiros, sim.
Só no ano de 2020, foram vendidos mais de 13,3 bilhões de litros de cerveja no Brasil.
Sendo que a pandemia não desacelerou esse número — apenas mudou o local de consumo.
Segundo pesquisas, mais de 68% dos brasileiros maiores de idade beberam cerveja dentro de casa no ano de 2020.
No entanto, se engana quem pensa que cerveja é tudo igual.
A verdade é que, com a ampliação do consumo de cervejas, as grandes empresas do ramo têm se dedicado cada vez mais a segmentos específicos do público, que não eram atendidos anteriormente pelas “cervejas de massa”.
Dentre esses segmentos, vimos nos últimos anos uma grande proliferação de diversos tipos de cervejas artesanais.
Cervejas puro malte, cervejas com malte de trigo (em vez do tradicional malte de cevada), cervejas mais lupuladas e amargas, e até mesmo estilos menos comuns no Brasil (IPA, Bock, Session IPA, Witbier, Weizenbock — apenas para citar alguns).
Sendo que, de um ano para cá, uma nova tendência despontou no mercado: as cervejas que têm um maior apelo à saúde.
Neste contexto, temos cervejas sem glúten (pensadas em pessoas celíacas ou sensíveis a esta proteína), cervejas sem álcool, e mesmo cervejas baixas em calorias e baixas em carboidratos: as chamadas cervejas low-carb.
Por um lado, muitas das pessoas preocupadas com a saúde substituem a cerveja por outra bebida que é tradicional das zonas de maior longevidade do mundo: o vinho.
O vinho tem polifenóis, não têm glúten, tem resveratrol (um poderoso antioxidante) e ainda por cima é naturalmente baixo em carboidratos.
Mas há quem resista em deixar a cervejinha de lado — e é nesse público que as grandes marcas estão mirando.
O maior expoente desse sucesso foi a iniciativa da AB Inbev (grupo controlador da Ambev) de lançar no Brasil a cerveja Michelob Ultra.
Esta bebida, que apresenta apenas 79 kcal em sua versão long neck de 330ml (para efeito de comparação, uma cerveja tradicional tem cerca de 150 kcal), tem cerca de 80% menos carboidratos que uma cerveja comum, e foi um grande sucesso de vendas.
Agora, o grupo Heineken (maior concorrente da Ambev no Brasil), apresenta o seu contra-ataque: a cerveja Amstel Ultra.
A cerveja Amstel Ultra tem uma proposta parecida (menos carboidratos e poucas calorias), e entrega o que promete: a long neck de 275ml tem 72 kcal e apenas 3g de carboidratos líquidos.
Além disso, ela “ataca” a concorrente em mais alguns pontos: a Amstel Ultra também é uma cerveja sem glúten (enquanto a Michelob não é), e ao mesmo tempo é puro malte (a Michelob leva arroz em sua formulação, e portanto não pode ser considerada uma cerveja puro malte).
Em termos de sabor, ambas se equivalem: estas cervejas low-carb têm um sabor mais atenuado, e um corpo mais leve, se comparadas às versões tradicionais.
Além disso, as bolhinhas (carbonatação) da cerveja ajudam a manter a refrescância na boca, e compensam um pouco da falta de estrutura das cervejas: a ideia é passar longe da sensação de “cerveja aguada” que tantos bebedores detestam.
Como elas são cervejas mais leves e de pouca complexidade, é interessante tomá-las bem geladas: algo que não é tarefa difícil no calor tropical de nosso Brasil.
Entre as duas, qual é a melhor cerveja: Amstel ou Michelob?
Obviamente, gosto é uma questão puramente pessoal. E isso não se aplica apenas às cervejas low-carb: mesmo entre as cervejas tradicionais e puro malte de ambas as cervejarias, muitas pessoas vão preferir a Heineken (do grupo de mesmo nome), enquanto outras preferem a Beck’s (da Ambev).
Entre Amstel Ultra e Michelob Ultra, não é diferente: é natural vermos que os gostos divergem, até porque (sinceramente) as duas cervejas não são assim tão diferentes entre si.
Desta forma, se você tem interesse em conhecer as duas, vale a pena comprar ambas e realizar um teste cego na sua casa entre amigos e/ou familiares: esta brincadeira é sempre divertida, e ajuda a remover preconceitos em relação a marcas ou “nomes” das cervejas.
No fim das contas, é importante lembrar o seguinte. Mesmo que estas cervejas sejam baixas em carboidratos e calorias, a cerveja jamais deve ser a base de um estilo de vida saudável — que, em vez disso, deve ser composto principalmente por comida de verdade, pouco processada (carnes, ovos, legumes, folhas, frutas). E, nesse estilo de vida, a bebida alcoólica — seja ela qual for — entra apenas para complementar e ajudar a quebrar a rotina.
Porque, no final do dia, todos queremos ser saudáveis e viver mais, e em forma — mas também gostamos de uma boa cervejinha, até porque não somos santos.