A Exposição Argus, que celebra os 200 anos da migração alemã no Brasil, será realizada na MBLOIS Galeria de Arte, em Ipanema, RJ, de 28 de junho a 14 de julho de 2024. Dentre os artistas, Amanda Spíndola se destaca com sua série homônima à exposição, “Argus”. Nascida em Juiz de Fora e residente em Ribeirão Preto, Amanda é uma artista visual, arquiteta e urbanista que utiliza a arquitetura como instrumento de linguagem em suas obras poéticas e críticas.
A trajetória artística de Amanda Spíndola
Amanda Spíndola iniciou sua jornada artística aos 16 anos, explorando as relações entre filosofia, arquitetura e urbanismo. Participou de projetos experimentais de escrita acadêmica e publicou textos enquanto completava sua formação de Técnico em Edificações em 2014. Seu trabalho utiliza a arquitetura para criar imagens que sobrepõem passado e presente, tecendo narrativas críticas sobre a História.
Atualmente, Amanda trabalha no IPCCIC (Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidade Culturais), no Projeto de Requalificação do Centro de Ribeirão Preto. Sua pesquisa é acompanhada pelo grupo TREM Artes Visuais, composto pelos artistas Fernando Soares e Adriano Franchini.
A Série Argus
A série “Argus”, que Amanda Spíndola apresentará na exposição, é composta por desenhos criados com papel-carbono. Este material, escolhido pela artista, simboliza a memória do imigrante que navegou rumo ao desconhecido. As obras resultam da sobreposição de imagens de satélite de um ciclone com fotos históricas de regiões colonizadas por alemães, destacando a arquitetura enxaimel e a vida familiar no campo agrícola.
Significados e simbolismos
O uso do papel-carbono na série “Argus” representa a travessia dos imigrantes alemães pelo Atlântico, enfrentando o mar tempestuoso, simbolizado pelo ciclone. A sobreposição das imagens cria uma paisagem mental que evoca a imaginação dos imigrantes em seu novo lar, misturando memórias de sua trajetória com a nova realidade.
Os desenhos de Amanda também recorrem à iconografia dos feitos históricos dos colonos alemães no Brasil. A arquitetura enxaimel, as práticas agrícolas e as tradições familiares retratadas são símbolos de uma herança que moldou o panorama rural e urbano brasileiro. Essas representações permitem uma análise crítica das influências dos imigrantes na formação do Brasil contemporâneo, promovendo um diálogo sobre pertencimento e identidade.
Participação na Exposição Argus
Na Exposição Argus, Amanda Spíndola apresenta uma série de obras que não apenas celebram o legado dos imigrantes alemães, mas também incitam reflexões sobre as complexidades culturais e sociais envolvidas na sua integração ao Brasil. A curadoria de Edson Cardoso garante que cada peça contribua para uma compreensão mais profunda do impacto histórico e cultural da migração alemã.
A série “Argus” de Amanda Spíndola, com seu uso de papel-carbono e sua abordagem crítica, promete ser um dos destaques da exposição. As obras oferecem aos visitantes uma oportunidade única de explorar a memória coletiva dos imigrantes através de uma lente artística e arquitetônica.
Amanda Spíndola, com sua série “Argus”, traz à Exposição Argus uma visão poética e crítica da migração alemã para o Brasil. Suas obras, que sobrepõem passado e presente, exploram o significado de pertencimento e identidade no contexto brasileiro. A participação de Amanda na exposição é uma celebração de sua trajetória artística e uma contribuição valiosa para o diálogo intercultural e histórico que a Exposição Argus promove.
Instagram: @spi_amanda