A tomada de decisões é um processo mental complexo que envolve tanto o raciocínio lógico quanto as emoções. Segundo um estudo da Universidade de Iowa, cerca de 80% das decisões cotidianas são influenciadas por nossas emoções. Como psicólogo, percebo isso o tempo todo nas escolhas dos meus pacientes, onde, muitas vezes, vejo-os tomando decisões importantes de forma inconsciente e, com isso, alterando o rumo de suas vidas para caminhos sem retorno.
É essencial compreender que emoções como medo, alegria, raiva e tristeza fornecem pistas valiosas sobre quem você é, sem máscaras, e o que realmente valoriza na vida. A inteligência emocional, quando bem desenvolvida, pode ser um fator crucial para auxiliar na tomada de decisões mais equilibradas e conscientes. Vou dar um exemplo: Um paciente meu queria compreender sua ansiedade, que era insuportável para ele e para os outros. No entanto, ele desejava se “livrar” dela a qualquer custo. Em vez de “deletar” a ansiedade, ensinei-o a usá-la como um sinal de alerta, ao invés de ser paralisado pelo “monstro” que ele mesmo havia criado, retomando, assim, o comando da própria vida.
Além disso, as emoções são essenciais para a tomada de decisões éticas e podem, quando mal gerenciadas, criar uma bagunça mental generalizada. A capacidade de sentir empatia, por exemplo, é fundamental para considerar o impacto das nossas ações sobre os outros. Como profissional de psicologia, sempre incentivo meus pacientes a reconhecerem e validarem suas emoções corretamente, compreendendo-as como parte integral do processo decisório.
Estudos empíricos já demonstraram a influência das emoções na tomada de decisões. Uma pesquisa conduzida em 2022 por V. I. Yukalov quantificou o impacto das emoções nas escolhas, demonstrando que estados emocionais podem alterar significativamente as preferências dos indivíduos, levando-os a decisões que divergem das previstas por modelos puramente racionais. Profissionais de qualquer área que treinam sua inteligência emocional podem melhorar significativamente a qualidade de suas escolhas, reduzindo impulsividades e evitando vieses emocionais prejudiciais.
Outro estudo, conduzido pela Harvard Business Review (2023), revelou que 71% dos líderes que demonstraram autoconsciência emocional tiveram maior sucesso na resolução de conflitos e na condução de suas equipes, quando comparados àqueles que dependiam exclusivamente da lógica e da experiência técnica.
Daniel Kahneman e Amos Tversky demonstraram que as emoções afetam diretamente a percepção de risco e recompensa. A teoria do prospecto, desenvolvida por eles, evidenciou como as pessoas frequentemente tomam decisões financeiras equivocadas sob influência emocional, escolhendo evitar perdas em vez de buscar ganhos reais, mesmo quando a opção racional sugeriria o contrário.
Diante disso, é essencial desenvolver mecanismos para regular as emoções e evitar que elas impactem negativamente as decisões. Pesquisas da American Psychological Association (APA, 2022) já destacaram que técnicas psicológicas, como as utilizadas na Gestalt-Terapia, ajudam a minimizar reações impulsivas e promovem escolhas mais conscientes.
Portanto, compreender a importância das emoções na tomada de decisões não apenas melhora a eficiência mental, mas também impulsiona o desenvolvimento de ambientes familiares e corporativos, tornando-os mais equilibrados e produtivos. Investir em psicoterapia com psicólogos experientes e devidamente qualificados é uma escolha inteligente e essencial para garantir decisões mais assertivas e satisfatórias em todas as áreas da vida.
Dr. Marcos Calmon
Psicólogo Clínico
CRP 32.619 / 05
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