A Genética Influencia na Performance do Atleta? Especialista Explica

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A busca pelo melhor desempenho esportivo envolve diversos fatores, como treinamento, alimentação e descanso. No entanto, a genética também desempenha um papel importante no sucesso de um atleta. A nutrigeneticista esportiva Dra. Amanda Ciaramicoli explica como o DNA pode influenciar a performance e guiar estratégias personalizadas para cada indivíduo.

Segundo a especialista, a genética impacta desde a predisposição a determinados tipos de esporte até a resposta ao treinamento e à dieta. “Cada pessoa tem um perfil genético único que influencia fatores como a proporção de fibras musculares de contração rápida e lenta, a capacidade cardiorrespiratória, a eficiência metabólica e até mesmo a recuperação muscular após os exercícios”, afirma. “Com um mapeamento genético, podemos identificar essas características e traçar estratégias mais eficazes para otimizar o desempenho.”

Apesar de seu papel relevante, Dra. Amanda destaca que a genética não é um fator determinante ou limitador. “Não podemos tratar a genética como algo que define, por si só, o sucesso de um atleta. Ela deve ser vista como uma ferramenta para compreensão e desenvolvimento. O que realmente faz a diferença é como utilizamos as informações genéticas para potencializar o desempenho, aliadas ao esforço, disciplina e estratégias bem direcionadas,” ressalta.

A especialista explica que alguns genes estão associados ao desempenho de alta intensidade, enquanto outros favorecem a resistência. “Por exemplo, atletas com predominância de fibras musculares rápidas têm mais aptidão para esportes explosivos, como corrida de curta distância e levantamento de peso. Já aqueles com fibras lentas destacam-se em esportes de longa duração, como maratonas ou ciclismo”, explica.

Outro ponto destacado pela nutrigeneticista é a relação entre genética e nutrição. “Certos genes influenciam como o corpo metaboliza carboidratos, gorduras e proteínas, além de determinar a necessidade de micronutrientes como ferro e vitaminas. Ajustar a alimentação de acordo com esses fatores pode fazer uma grande diferença na performance esportiva”, aponta.

Além disso, ela enfatiza a importância de compreender a predisposição genética a lesões. “Alguns indivíduos têm maior propensão a inflamações, lesões musculares ou problemas articulares, e isso pode ser identificado através de testes genéticos. Com essa informação, podemos atuar preventivamente, ajustando o treinamento e o suporte nutricional para minimizar riscos.”

Dra. Amanda reforça que, embora a genética ofereça insights valiosos, não há “genes da performance” que garantam sucesso por si só. “É um erro falar que existe um gene específico que define o desempenho esportivo. O que existe é um conjunto de informações que, quando bem interpretadas, ajudam a personalizar estratégias de desenvolvimento. Mas sem esforço, prática e dedicação, o potencial genético fica subaproveitado,” explica.

Por fim, a nutrigeneticista incentiva atletas e entusiastas do esporte a considerarem o mapeamento genético como uma ferramenta para autoconhecimento e evolução. “A ciência da nutrigenética nos permite trabalhar de forma muito mais individualizada, respeitando as características únicas de cada pessoa. Esse é o futuro do esporte e da saúde.”

Combinando ciência, treinamento e dedicação, é possível explorar todo o potencial genético e alcançar um desempenho de alto nível, de forma saudável e sustentável.

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