A coalizão G20 pelo Impacto, com 50 organizações nacionais e internacionais, coordena a construção do documento
Nova York, setembro de 2024 – Durante a Semana do Clima em Nova York e a Assembleia Geral das Nações Unidas, 25 líderes globais se reuniram ontem, dia 25, para discutir um novo paradigma econômico, focado em soluções inclusivas, equitativas e regenerativas. O evento, organizado pelo Fórum Econômico Mundial e pela coalizão G20 pelo Impacto, culminou na elaboração de uma carta com recomendações estratégicas que foi enviada a Zane Dangor, Sherpa do G20 da África do Sul, que assumirá a presidência do grupo em 2025.
A iniciativa marca uma nova etapa nas discussões globais, trazendo à tona propostas robustas para que a presidência sul-africana do G20 priorize soluções focadas em uma transição econômica sustentável. Essas recomendações, desenvolvidas por uma coalizão internacional de mais de 50 organizações, são um esforço coletivo para enfrentar as crises globais atuais como, por exemplo, as mudanças climáticas e a crescente desigualdade socioeconômica.
Segundo Marcel Fukayama, co-fundador da Din4mo e coordenador do G20 pelo Impacto, “estamos em uma encruzilhada global, e a África do Sul tem a oportunidade de liderar um processo transformador, promovendo uma economia que harmonize desenvolvimento com limites planetários e bem-estar social. As nossas recomendações refletem esse compromisso, propondo uma forma que favoreça a participação social e um diálogo intersetorial para avanços consistentes.”
Recomendações enviadas à presidência do G20 na África do Sul
Entre as principais recomendações contidas na carta, destacam-se:
Manutenção da Iniciativa Social do G20: fortalecer a participação de grupos de engajamento da sociedade civil nas reuniões oficiais de Sherpas e delegados de Finanças e Banco Central, promovendo diálogos inclusivos que integrem diversas perspectivas para formular políticas mais eficazes;
Institucionalização da Cúpula Social do G20: estabelecer permanentemente a Cúpula Social como uma plataforma para ampla participação social, elevando o diálogo sobre políticas que enfrentem crises globais e fomentem uma economia digna e sustentável.
Criação de um Grupo de Engajamento para a Reforma da Governança Global e o Desenvolvimento Sustentável: proposta de criar um novo grupo de engajamento dedicado à reforma da governança global e questões de desenvolvimento sustentável, incorporando conselhos econômicos e sociais dos países membros do G20.
Iniciativa de Economia para as Pessoas e o Planeta: estabelecer um grupo transversal em relação à trilha Sherpa com o objetivo de definir princípios de alto nível para um novo paradigma econômico, promovendo modelos como a economia regenerativa e circular.
Compromisso com o Futuro Sustentável
Com foco em 2025, quando a África do Sul assumirá a presidência do G20, as recomendações reforçam a necessidade de coordenar ações globais para mitigar os impactos das crises climáticas e sociais. A carta destaca a importância de legitimar a participação de atores da sociedade civil e de construir uma estrutura global de governança que responda às demandas contemporâneas de sustentabilidade e equidade.
“O G20 pelo Impacto é uma coalizão que busca influenciar diretamente os processos globais, garantindo que as decisões tomadas pelos líderes globais reflitam um compromisso real com o desenvolvimento sustentável e a justiça social”, reforça Fukayama.
Entre os participantes convidados estavam o fundador do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República do Brasil, Gustavo Westmann; Alexandra van der Ploeg, vice-presidente sênior da SAP, Chantal Line Carpentier, da ONU, Hilde Schwab, fundadora da Schwab Foundation for Social Entrepreneurship, organização-irmã do Fórum Econômico Social; Nick Hurd, ex-ministro britânico e atual chair do GSG impact e da Força Tarefa de Impacto do G7, Donald Gips, CEO da Skoll Foundation e ex-embaixador da África do Sul na Administração Obama, Kenneth Kwok, fundador do Global Citizen Capital.
A reunião em Nova York é apenas o início de uma série de eventos que culminarão na cúpula do G20, a ser realizada no Brasil em novembro deste ano, e que pretende deixar um legado contínuo para a presidência sul-africana em 2025.
Articulações para o fórum no Brasil
De acordo com Marcel Fukayama, co-fundador da Din4mo, o G20 pelo Impacto se destaca por ser uma força coordenada e pragmática, oferecendo recomendações robustas para que as decisões dos líderes globais levem a uma transição econômica sustentável. “Em um momento de crise global, marcado por desigualdades crescentes e pela emergência climática, o G20 pelo Impacto serve como uma plataforma para promover soluções concretas que garantam o cumprimento da Agenda 2030 e do Acordo de Paris”, afirma Fukayama.
Tendo em vista a representatividade do G20, que responde por 85% do PIB global, 75% do comércio internacional, 80% das emissões de gases de efeito estufa e dois terços da população mundial, a articulação desse fórum multilateral é essencial para o sucesso de novos modelos econômicos dos quais o mundo necessita.
Recomendações para acelerar a transição
A coalizão já apresentou uma série de propostas estratégicas que podem ser incorporadas em etapas cruciais das negociações do G20 no Brasil, como a Declaração dos Líderes, as Reuniões dos Sherpas e os relatórios finais dos Grupos de Trabalho (GTs). Entre os principais focos, destacam-se:
Combate à fome, à pobreza e às desigualdades;
Desenvolvimento Sustentável e Transição Energética;
Reforma da Governança Global para um sistema mais inclusivo e eficiente.
Em junho de 2024, a coalizão apresentou o documento Recomendações: Sustainable Finance Work Group, que destaca propostas com grande potencial de impacto nas esferas ambiental e econômica. As recomendações cobrem desde o financiamento sustentável e soluções baseadas na natureza até estratégias para reduzir desigualdades sociais e fortalecer a resiliência dos ecossistemas. Desenvolvidas por especialistas internacionais, essas diretrizes fornecem uma base técnica sólida para gerar políticas públicas eficazes.
“O G20 pelo Impacto destaca-se pela capacidade de reunir diferentes atores em torno de um objetivo comum: transformar a economia mundial. Com isso, pretende qualificar o debate global, construir capital social e fortalecer ecossistemas de impacto socioambiental. Estamos trabalhando para que nossas recomendações sejam incorporadas nas discussões do G20, influenciando diretamente os Grupos de Trabalho e as políticas apresentadas na Declaração dos Líderes”, Fukayama, co-fundador da Din4mo e coordenador G20 pelo Impacto.
Caso queira saber mais sobre as recomendações para o Sustainable Finance Working Group 2024, confira o documento completo clicando aqui.
SOBRE o G20 PELO IMPACTO
O G20 pelo Impacto é uma coalizão global de 50 organizações nacionais e internacionais que alcançam coletivamente mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo. O objetivo da iniciativa é encorajar os países do G20 a alavancar a nova economia inclusiva, equitativa e regenerativa. A coalizão está articulando de forma coordenada, estruturada e pragmática, recomendações robustas que incidam na cúpula do G20 do Rio de Janeiro, em novembro de 2024. As recomendações buscam apontar para o enfrentamento da ‘policrise’ gerada pela desigualdade socioeconômica e pela crise climática por meio da transição para um novo modelo econômico.